Empregabilidade
Prof. Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro
Acabe com as chefias **
Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro *
Você tem um bom funcionário e quer destacá-lo, valorizando suas características positivas.
O que fazer? A solução geralmente adotada é promovê-lo a um cargo de chefia. Começa assim a crescer a pirâmide e com ela vai diminuindo a capacidade da empresa competir.
Numa empresa bem organizada as chefias são desnecessárias e, até prejudiciais.
Chefe para que? Para distribuir tarefas? Distribuição de tarefas se faz afixando num quadro o programa de produção. Para controlar o comportamento do pessoal? Funcionário que precisa ser controlado deve ser despedido. Para mostrar como algo deve ser feito?
Treinamento é o processo pelo qual se ensina a fazer. Para assegurar ritmo de trabalho?
Motivação, gera produtividade. Para tomar decisões operacionais? Produção organizada, dispensa decisões operacionais.
Para que serve um chefe? Para absolutamente nada. É uma pessoa bem qualificada que não produz. Em empresas de porte médio, os cargos de chefia chegam a representar mais de 50% da folha de pagamento. Já calculou quanto representa no seu caso? É muito dinheiro para sustentar uma pirâmide desnecessária. Os chefes, além disso, impedem que a empresa tenha uma cultura uniforme e integrada. Cada feudo é configurado à imagem e semelhança da chefia.
Acabe com as chefias, e não se arrependerá. Mas acabar com as chefias não significa despedir os chefes. Transforme os chefes em “mestres”. Atribua a eles as tarefas de maior responsabilidade; estruture programas de treinamento, sendo eles os instrutores; faça-os visitar fornecedores ou clientes, de acordo com o perfil de cada um; aproveite-os no desenvolvimento de produtos ou sistemas. Vão ser muito úteis. Ficarão mais felizes. Farão jus ao que recebem. E mais, terão vida longa na empresa, pois seus cargos não estarão sendo disputados.
Para completar as mudanças, implante o sistema de lideranças, e melhore o clima naorganização. O líder representará seus liderados, enquanto o chefe representava aempresa. Isso faz uma enorme diferença. Os conflitos entre setores irão desaparecer e as dispensáveis reuniões de chefias, também.
* Professor, consultor e escritor. crmendes@via-rs.net
** Artigo publicado no Jornal do Comércio, em 29/03/2006