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A empresa sonhada e realizável**

 

Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro *

 

 

  • Uma empresa onde todos trabalham como se estivessem cuidando do seu próprio negócio.

 

  • Onde não haja necessidade de ter chefes, pois cada um sabe o que deve fazer e como fazer.

 

  • Na qual as pessoas estão atentas e preocupadas com as vendas, por dependerem delas.

 

  • Ninguém pede promoção, ou aumento de salário.


Quem não corresponde às expectativas é rejeitado pelo grupo, sem que alguém tenha de despedir.

Todos ganham o que valem no mercado de trabalho, nem mais, nem menos.

Não existem cargos ocupados, mas somente funções exercidas.

As decisões são tomadas por quem tem competência.

O lucro é distribuído de acordo com a contribuição de cada um para sua geração.

As pessoas vão para o trabalho com entusiasmo e alegria.

Aqueles que trabalham na empresa têm o sentido do pertencimento, pois sabem que só depende deles o continuar trabalhando.

Ao se referirem à empresa todos dizem: “a nossa empresa”.

Os dirigentes são respeitados e valorizados pela importância do trabalho que fazemconduzindo a empresa.

As pessoas são corretamente avaliadas e valorizadas de forma justa e sem privilégios.

Não existem barreiras para o crescimento funcional na empresa, cada um vai até onde tem capacidade para ir.

A produtividade é excelente, pois todos dão o máximo de contribuição.

A lucratividade é excepcional, tornando o capital investido satisfeito e interessado.

A boa notícia é que essa empresa sonhada é realizável, basta haver vontade política para fazê-lo. É preciso, tão somente, adotar a estrutura em células de produção, partir para a implantação da parceria industrial e desenvolver um trabalho de mudança cultural. Algo simples, de resultado imediato, que independe de legislação ou ação governamental.

As atividades afins são organizadas em células, sejam elas administrativas ou industriais; cada célula tem a dimensão correspondente à função que executa; as células são autogestionadas e fazem parte de um sistema retroalimentado; os procedimentos são automatizados, dispensando decisões operacionais repetitivas.

Os que trabalham estão vinculados a uma entidade representativa do capital humano, que mantém com a empresa contrato de comodato das instalações e equipamentos e contrato de parceria, definindo a participação na receita operacional.

Os dirigentes da empresa ficam liberados para voltar suas atenções para o mercado, edespreocupados com os aspectos operacionais da entidade que dirigem.

O difícil de entender é a razão pela qual tantas empresas continuam mantendo umaestrutura baseada na autoridade; na ocupação e disputa por cargos; na insegurança dadispensa; no conflito capital e trabalho; no desinteresse pelo que é feito; nos custos fixos com pessoal; no risco de enfrentar ações trabalhistas; na baixa produtividade; na perda de competitividade e, até ameaça de insolvência.


*  Professor, consultor e escritor. crmendes@via-rs.net
** Artigo publicado no Jornal do Comércio, em 16/01/2006

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